segunda-feira, 5 de março de 2018

O Diário de um Cão.


1° semana: Hoje faz uma semana que nasci. Que alegria ter chegado ao mundo!!!

1° mês: Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar.

2° mês: Hoje me separaram da mamãe. Ela estava muito inquieta e com seus olhos me disse adeus como esperando que minha nova "família humana" cuidasse bem de mim, como ela havia feito.

4° mês: Cresci muito rápido, tudo chama a minha atenção. Há várias crianças na casa que são meus "irmãozinhos". 
Somos muito levados, eles me jogam uma bola e eu os mordo brincando com eles.

5° mês: Hoje me castigaram, minha dona se zangou porque fiz "pipi" dentro de casa... Mas nunca me disseram onde eu deveria fazer. E como eu durmo na sala e...  ! Eu não aguentei.

6° mês: Sou um cão feliz. Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido... Creio que minha família humana me ama muito... Quando estão comendo me convidam, o quintal é somente para mim, e eu estou sempre cavucando, como meus antepassados lobos, quando escondiam comida.
Nunca me educaram, seguramente porque nada faço de errado.

12° mês: Hoje completei 1 ano, sou um cão adulto e meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulhosos devem estar de mim!!!

13° mês: Como me senti mal hoje... Meu "irmãozinho" tirou minha bola. Como nunca pego seus brinquedos fui atrás dele e o mordi. Mas como meus dentes estão muito fortes, eu o machuquei sem querer. Depois do susto me prenderam e quase não posso me mover para toma um pouco de Sol. Dizem que sou ingrato e que vão me deixar em observação... Não entendo nada do que está acontecendo.

15° mês: Tudo mudou... Vivo preso no quintal, na corrente... Me sinto muito só. Minha família já não me quer.
As vezes esquecem que tenho fome e sede e quando chove não tenho teto que me cubra.

16° mês: Hoje me tiraram da corrente. Pensei que tinham me perdoado... Fiquei tão contente que dava saltos de alegria e meu rabo não parava de abanar. Parece que eu vou passear com eles.
Subimos no carro e andamos um grande trecho quando de repente pararam. Abriram a porta e eu desci correndo, feliz, crendo era dia de passeio no campo. Não entendo porque fecharam a porta e se foram... "Esperem!!!" (lati), "Esqueceram de mim". Corri atras do carro com todas as minhas forças. Minha angústia aumentou ao perceber que o carro se afastava e eles não paravam.
Tinham me abandonado...

17° mês: Procurei, em vão, achar o caminho de volta à casa. Sento-me no caminho, estou perdido e algumas pessoas de bom coração me olham com tristeza e me dão algo de comer...
Eu agradeço com um olhar do fundo da minha alma... Quisera que me adotassem, eu seria leal como ninguém. Porém eles apenas dizem: "pobre cãozinho, deve estar abandonado".

18°mês: Outro dia passei por uma escola e vi muitas crianças e jovens como meus "irmãozinhos". Cheguei perto e um grupo deles, dando risadas, atirou-me uma chuva de pedras(para ver quem tinha melhor pontaria)... Uma dessa pedras atingiu um dos meus olhos  e desde então não enxergo com ele.

19° mês: Parece mentira mas quando eu estava mais bonito as pessoas se compadeciam de mim... Agora que estou muito fraco com um aspecto mudado, perdi um olho, as pessoas me tratam a ponta-pés quando pretendo deitar-me na sombra...

20° mês: Quase não posso me mover. Hoje, ao atravessar a rua por onde passam os carros, um deles me atropelou. Pelo que sei, estava num lugar seguro chamado "sargeta", mas nunca vou esquecer do olha de satisfação do motorista .
Oxalá tivesse me matado!!! Porém só me deslocou a bacia. A dor é terrível, minhas patas traseiras não me respondem e com dificuldade me arrastei até a moita de ervas fora da estrada...
Já fazem dez dia que estou em baixo de Sol, Chuva  e frio sem comer. Não posso me mover, a dor é insuportável. Sinto-me muito mal, estou num lugar úmido e parece que meu pelo está caindo. Algumas pessoas passam e não me vêem; outras dizem "não te aproximes'. Já estou quase inconsciente, porém uma força estranha me fez abrir os olhos. 
A doçura de sua voz me fez reagir. "Pobre cãozinho, veja como te deixaram", dizia... Junto a ela estava um senhor de roupa branca que começou a tocar-me e disse: "sinto muito senhora, mas esse cão não tem mais remédio, o melhor é que deixe de sofrer". A gentil dama consentiu, com os olhos cheios de lágrimas. Como pude, mexi o rabo e olhei para ela agradecendo por me ajudar a descansar... Senti somente a picada da injeção e dormi para sempre, pensando em porque nasci, se ninguém me queria...

-Autor Desconhecido.


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